Governança corporativa nas empresas e RH: qual é a relação?

Governança corporativa nas empresas e RH: qual é a relação?

Você já parou para pensar o quão caótico poderia ser participar de um jogo sem regras? O resultado seria uma bagunça! Isso porque as regras existem para dar sentido às ações, oferecendo agilidade, transparência e autonomia aos envolvidos. A governança corporativa nas empresas funciona da mesma forma!

A governança corporativa nas empresas estabelece diferentes normas que dão sentido à rotina do negócio, oferecendo mais agilidade, transparência e autonomia às atividades de uma organização.

Quando é a reunião? Quem participa dessa votação? De quem é a palavra final? Quem aprova esse orçamento? – além de responder a essas grandes dúvidas, a governança corporativa é capaz de aprimorar os processos de administração da empresa.

O conceito permite tomadas de decisão mais estratégicas nas empresas, como iniciar um novo projeto e até em impasses na diretoria.

É possível afirmar, portanto, que é a governança corporativa nas empresas que põe ordem na casa. E, por mais que muitos gestores não acreditem, o RH pode participar ativamente desse sistema.

Neste artigo, explicamos o conceito de governança corporativa nas empresas e sua a relação com o RH. Confira!

O que é e para que serve a governança corporativa nas empresas?

A governança corporativa nas empresas envolve um conjunto de regras e atividades que determinam o modo como uma empresa deve ser administrada.

Trata-se de um meio de estabelecer e manter entre os acionistas e os alto executivos das empresas.

Conceitualmente, segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), podemos definir a “Governança Corporativa como o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.

Se a cultura organizacional, as políticas, procedimentos e normas definem a estrutura através da qual as empresas são geridas, a governança corporativa inclui as relações, os objetivos e as metas pelos quais a organização é governada.

Trocando em miúdos, podemos resumir a governança corporativa como um conjunto de boas práticas para aumentar a confiança das partes interessadas (investidores, acionistas, fornecedores, colaboradores, etc.) perante aos administradores de uma empresa.

O IBCG ainda afirma que as boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.

A “regrinhas” estabelecidas pela governança corporativa nas empresas dão sentido à rotina do negócio, gerando mais agilidade, transparência e autonomia às atividades da empresa, independente de que tamanho ela seja.

Como falamos anteriormente, a governança corporativa é útil para a tomada de decisões estratégicas, como iniciar um novo projeto, até contextos de impasse entre sócios ou diretoria.

Isto é extremamente útil, por exemplo, em situações onde, por exemplo, é preciso tomar uma decisão e dois sócios majoritários discordam.

Os 4 princípios básicos da governança corporativa

A governança corporativa nas empresas constitui-se a partir de quatro princípios básicos, que permeiam as práticas, que resultam em clima de confiança tanto internamente como nas relações com terceiros. São eles:

1. Transparência

Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.

A transparência não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor da organização.

2. Equidade

A equidade corresponde ao tratamento justo e igualitário para todos os sócios e stakeholders, levando em conta seus direitos, deveres, interesses, necessidades e expectativas.

Segundo este princípio, não são aceitas atitudes ou políticas discriminatórias.

3. Prestação de Contas

A prestação de contas ou accountability reforça que os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com responsabilidade no âmbito dos seus papéis.

4. Responsabilidade Corporativa

Esse princípio diz que os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócio, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional, etc.) no curto, médio e longo prazo.

Esse item também representa a conformidade quanto ao cumprimento de normas reguladoras, expressas nos estatutos sociais, regimentos internos, instituições legais do país e na legislação em vigor.

3 práticas de governança corporativa nas empresas

Um erro muito comum nas empresas que estão começando a adotar a governança corporativa é tentar implantar todos os conceitos e melhores práticas de uma só vez.

Mas os gestores devem começar pensando em criar uma cultura de governança corporativa para a sua empresa e não apenas implantar um novo método de gestão.

Há três dicas simples, no entanto, que são válidas para implementar a governança corporativa nas empresas.

1. Estabeleça uma hierarquia clara

Colaboradores e equipes precisam saber claramente a quem respondem. Deve estar claro quem é sua liderança direta, a quem ele deve se reportar, para que possa alinhar suas atividades e definir prioridades.

Além disso, uma pessoa, na figura de um presidente, por exemplo, deve receber a responsabilidade da decisão final, em uma situação de impasse.

No caso de uma diretoria com igualdade de papéis, o cargo de “presidente” pode ser rotativo.

2. Realize reuniões de acompanhamento de projetos

Outra medida imprescindível para estimular a governança corporativa nas empresas é a realização de reuniões periódicas entre equipes, os sócios e o conselho consultivo.

As reuniões periódicas servem para acompanhar projetos, repassar diretrizes da empresa e elaborar planos de ação referentes a metas e indicadores.

Os encontros são uma forma de manter um controle administrativo mais eficiente da empresa e acompanhar seu progresso.

Além dessas medidas, é imprescindível que uma empresa mantenha o registro de todas as reuniões organizado e arquivado em atas.

Quando investidor na sua empresa decidir apostar na sua empresa, ele vai querer avaliá-la desde o início.

Dessa forma, esses documentos, junto com balanços financeiros, projeções e outros registros, são fundamentais para prestar contas a sócios e servem para fundamentar decisões em conselhos.

É interessante disponibilizá-los sempre que necessário e com um acordo de confidencialidade, para manter a transparência da empresa e para possibilitar ações futuras de venda de ações e obtenção de crédito.

3. Organize um conselho consultivo

O conselho consultivo facilita o compartilhamento de experiências e de sugestões para a gestão da sua empresa, a partir do parecer de profissionais com maior bagagem e perfis distintos, que já passaram por desafios semelhantes aos da sua empresa.

Ele é geralmente composto por 3 a 5 pessoas de  confiança, altamente capazes e dispostos a ajudar as empresas pelo menos algumas vezes ao ano, nos mais diversos temas, como aumento de eficiência, inovação e relevância no mercado.

Conversando periodicamente com a direção da empresa, que deve jogar suas maiores dificuldades de crescimento na mesa, o conselho consultivo pode orientá-los nas tomadas de decisão.

RH tem relação com a governança corporativa?

Já que a governança corporativa auxilia também a conduzir as relações entre os colaboradores de uma empresa, o RH deve participar ativamente desse sistema.

Como os resultados da organização dependem do modo como é feita a gestão de pessoas, é possível afirmar que a área de Recursos Humanos desempenha um papel estratégico nas organizações.

O papel estratégico do RH na governança corporativa

Diante dessa constatação, deveríamos pensar mais nos motivos que levam o RH a não ter cadeira cativa nos conselhos consultivos e de administração.

Isso se deve, em parte, à formação do profissional de recursos humanos, que ainda tem uma visão muito focada no humanístico e pouco voltada para o foco estratégico, ou seja, os resultados.

Na prática, o Conselho de Administração, junto com uma auditoria independente e o Conselho Fiscal, asseguram a boa governança corporativa.

O foco de muitos desses comitês é muitas empresas é aprovar pacotes de remuneração. E, além disso, temas mais estratégicos, como sucessão e os programas para desenvolvimento de líderes, aparecem ainda de forma tímida.

Dessa forma, o RH não deve estar presente nas empresas apenas para atrair e reter talentos, mas também atuar no modelo de negócio da organização.

O RH precisa se preparar melhor para ter um papel mais relevante, e para isso, é necessário tornar-se parte do núcleo decisório da empresa. Assessorar melhor o CEO e os demais líderes da empresa é fundamental.

Problemas de falta de compliance, regras ou falta de prática de um código de conduta, são de corresponsabilidade do RH, que deve lutar para implantar uma cultura ética na empresa, em todos os níveis.

Quando o RH é chamado para fazer parte, seja do Conselho de Administração, seja mesmo do Conselho Executivo, percebem-se os reflexos na organização, uma vez é a prova de que a empresa coloca as pessoas no centro da estratégia.

Agora que você já sabe o que é governança corporativa nas empresas e como o RH estratégico pode ajudar nesse processo, que tal investir o modernizar este setor no seu negócio? Contrate uma Assessoria e Consultoria em Recursos Humanos. Solicite um orçamento!

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